quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Arco-íris...
Vermes passeiam...gemem dentro de mim. Monstros que crescem na subjugação de sentidos. Podridão..fede. Secreções sentidas sem vida. Estar bem onde não estamos, querer ir onde não vamos...gerar em nós o que não queremos. Nódulo miserável que se apoderou do meu canto. Deixai-me cantar. Gritar. Para quê tornar mudo o canto de um ser que ama e vive, que sente e crê? Transpirar neste parto de angústia por um anfíbio fedorento! Partícula invisível. Sai.
Furo na cratera.
Rebentei. Explodi. Rasgo.
Furo na bola de sabão!
Natureza suprema que entre a chuva e o sol, o cinza e o azul, permites o mais belo rasgo de cor:
Arco-íris.
domingo, 2 de novembro de 2008
Requeijão com doce de abóbora
Espreito pelo negro cinza o corrimão do arquipélago. Avisto ao longe as várias ilhas de um só mar. Vazios de xisto em purpúrinas. Na boca, o branco estreme, no infinito a abóbora.
Teu cheiro ainda mora no canal Júlio Dinis mas já não sobe ao penúltimo andar.
Espreitamos pela mesma órbita e escolhemos a nossa ilha. Fotografei pelo alto do castelo (por onde agora espreitas), como que para não me esquecer!! Ridícula...como esquecer se qualquer miserável partícula do cérebro a pinta a ouro?!!!
-É aquela. Disse-te eu. - Quero morar ali.
Do outro lado do rio, para nós mar, falava-se espanhol.
Idiomei, ainda assim, que haveria de ser ali. Naquela. Naquele misto. A fusão de planície onde vagueias, neste instante, clama por minha montanha.
Tudo negro.
De cinza, num repente, se pintou o céu.
Hoje, dia de todos os defuntos, fui pôr flores á tua campa. Não via teu rosto, mas saboreava em mim a doce abóbora. Perfeita combinação. Genial fundição.
- É um requeijão com doce de abóbora, se faz favor!
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