terça-feira, 14 de outubro de 2008

Crash duas e três vezes...

Uma ou outra vez, queria parar a memória...calá-la. Quebrar o raciocínio lógico e fazer a triagem. Mas uma e outra coisa sempre se asfixiam e acasalam num éter que contrariando a simples forma, possui volume e é detectável...Vejo a olho nu este turbilhão de ligações...colisões. E a carne queimada da explosão de carbono..liga em átomos dispersos um electrão e um protão...a microscópio vemos, bem no centro,no núcleo, o neutrão. Sereno. calado...nem murmúrios se lhe conhecem...Quem dera minha memória ser neutrão...e meu corpo o núcleo onde este mesmo habita. Dorme. Sereno.

Um crash em filme, traz outro filme consigo...era noite a banda tocava, era um solo, talvez...O bar deserto, alguns copos, poucas mesas...nós.

Crash into me (Dave Mathews) Bonito!

1 comentário:

Ninguém disse...

Quanto sangue e quanto horror há no fundo de todas as coisas boas? A memória de sorrisos e odores, a imagem perfumada, tornada bengala imortal. Permanece o melhor dos sons que o pássaro cantou. A sua melhor valsa. A sua arte. Pura… A memória e sua esponja esquecimento, lavam a sujidade nauseabunda da alma. Tal como a morte, purificam e elevam o que de melhor se fez e pensou. Quanto se amou. Com que intensidade se viveu. Se soube sorrir, ao partir, carregando a então leve pasta de memória e dor.
O que se faz por amor sempre estará para além do bem e do mal. A sua melhor cura será seu eterno remédio de retribuição. A arte deve antes de tudo e em primeiro lugar embelezar a vida. É tua luz. Nada te pertence mais do que os teus sonhos.