quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Existir...


Fecho as janelas azeitona para não ver. Pulsos remendados, com linha pura de seda, cosidos em prol da sobrevivência...Quanta esquizofrenia condensada num só ser?! Um ser real. Pisou a cratera de existir para se dizer maior. Chumbo peganhento, em exame de vida. Sorrateiramente, a um jeito mais que humano, aniquila-se. Porque incomoda...porque fede na secreção dos sentidos. Desdenhar?! Pra quê?! se somos nós a querer, a mendigar o beijo ensanguentado da serpente que cospe o elixir da imortalidade. Antagonismo?!

Qual alquimista sedoso da panaceia que o contenta em solo terrestre. Nem tapete persa...Nem Hipócrates no Olimpo poderá curar esta enfermidade maior: Existir.

2 comentários:

Ninguém disse...

Ele segue uma mulher até ao firmamento. Os loucos sonetos elaboram requisitos para a simetria.
Sedento pela estrela do mar, pergunta quais serão as formas verbais para o encontro cósmico que funde a carne, a mente, a alma, num só corpo.
Desfile na Rua do Amor.
Ele fez buracos, rasgos no contínuo e elegante caminhar da deusa. Beija a cicatriz, agora e sempre, com sua lágrima de prata e rouba a noiva da vida no seu mundo sonho.
Os planetas questionam-se como seria estar na sua pele. Seda.
Guarda nela o fresco milagre da surpresa.
O anjo mulher corre através da súbita luz, encontrando a última explicação dentro do seu frasco primordial. Sua fragrância. Sua resposta.

Existir.

luaempormaior disse...

Não procures formas verbais..ás vezes tudo está contido no mais puro e simples silêncio...num simples olhar. Na rua do amor caminham todos os que bebem o cálice da vida...todos os que sentem com as vísceras o sôfrego mas ardente, brihante, milagre de estar aqui. Existir. Poesia pura para o poeta de mil e nenhumas palavras...quimera, talvez e apenas.